domingo, 8 de maio de 2011

Divisão do Pará - criação de Estados é manobra política, dizem especialistas

Por Gabriel Manzano, no Estadão:
A aprovação pela Câmara de plebiscitos para o desmembramento do Pará e criação de dois novos Estados - Carajás e Tapajós - foi recebida por estudiosos da vida administrativa brasileira como simples manobra para criação de cargos executivos, mais empregos públicos e espaço para troca de favores políticos. “Não vejo como os problemas daquela área seriam mais bem resolvidos com essa providência”, resumiu a economista Luciana Gross, da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Um dos sérios desafios da região, adverte a economista, “é sua precária estrutura rodoviária e fluvial”. E isso não se resolve, acrescenta, “com a construção de mais prédios e instalação0 de novas assembleias, fóruns, secretarias e mais empregos públicos”. “Criar um Estado não melhora a capacidade de arrecadar tributos”, afirmou.
No mesmo tom, o cientista político Marco Antonio Teixeira, da PUC, diz que a aprovação dos plebiscitos - até pelo modo como foi obtida, numa votação simbólica, numa tarde de quinta-feira, com pouca gente em plenário - aponta para “uma acomodação entre lideranças políticas, para futura troca de favores”. O melhor atendimento aos que lá vivem e precisam de ajuda, prossegue o professor, “depende de melhor qualidade de gestão dos recursos públicos, de uma seleção rigorosa de objetivos em que gastar o pouco dinheiro que há”.
Ele rejeita a tese de que o Pará é muito grande e regiões distantes ficam abandonadas. “Se Estado pequeno funcionasse melhor, Alagoas ou Sergipe estariam por certo em ótima situação”, comparou.
O quadro fica mais grave, segundo Teixeira, “porque essas são áreas com baixa capacidade de arrecadar tributos”. Isso permite, segundo ele, prever uma dependência muito grande de repasses federais, situação que não deve mudar no curto prazo. Um breve exemplo: a simples realização dos dois plebiscitos representará um custo acima de R$ 8,5 milhões - um gasto do Tesouro antes mesmo que a criação dos dois esteja aprovada.
Falsa ideia. Um argumento apresentado com ênfase pelos defensores do desmembramento, o de que a separação deu certo nos casos de Tocantins e Mato Grosso do Sul, parece infundada para o professor. “É preciso levar em conta que o País melhorou econômica e socialmente, em sua história recente, e isso ocorreu de forma generalizada. Não dá pra garantir que, no caso desses dois Estados, foi a divisão que os fez progredir.”
Luciana Gross reforça essa análise: “Mato Grosso do Sul e Tocantins tinham características geográficas que justificariam uma administração diferenciada. Tocantins, por exemplo, é um lugar muito diferente do Sul, onde está Goiás. Nada disso ocorre no Pará, onde há uma marcante homogeneidade geográfica.” Aqui
Por Reinaldo Azevedo

Prezados alunos, esta postagem foi feita para que aqueles que tiverem interesse sobre o tema comentem.
Professora Ms. Daeane Zulian Dorst

12 comentários:

  1. Na minha opinião a desmembração do Estado do Pará não resolverá os seus problemas sócias e econômicos, a solução para tal seria uma analise para melhor distribuição do dinheiro público nas cidades do mesmo, fazendo assim com que o estado em geral cresça ao invés de ser dividido.

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  2. Acho que a divisão do estado do Pará é aceitável , a descentralização do poder facilitará a fiscalização em várias áreas, e também ajudará no desenvolvimento da região.
    Mas apenas a divisão não basta, o governo deve oferecer subsídios para que ocorra este desenvolvimento, a divisão serviria mais para melhor administrar e fiscalizar, fazendo com que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável.

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  3. Isso é pura manobra política.Essa divisão é negativa para o estado que tem uma unidade cultural, geográfica e econômica que praticamente vem desde o descobrimento do Brasil,além disso tudo ecologicamente vai ser um completo desastre, o entorno de Santarém, por exemplo, que mesmo que não fique como capital vai seria uma das principais cidades do estado de Tapajós via ser amplamente desmatado, aqui sim por simples especulação imobiliária.

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  4. Acho uma boa medida! Haja vista que em um grande território como o do Pará, Mato Grosso, Amazonas fica muito complicada a administraçao pública, ainda mais por esses Estados serem fronteiras, rotas de entrada de drogas e armas. Quanto menor o território mais simples e facil é sua Administraçao... Sou a favor!

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  5. Bom se der certo como diz ter dado no caso de Tocantins "É preciso levar em conta que o País melhorou econômica e socialmente, em sua história recente, e isso ocorreu de forma generalizada. Não dá pra garantir que, no caso desses dois Estados, foi a divisão que os fez progredir", acredito que deve sim ser desmembrado.

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  6. Penso que a divisão do País seria uma boa idéia pois quem sabe assim a fiscalização aumentaria nas fronteiras e o estado se desenvolveria mais economicamente!

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  7. Com a divisão dos estados a sua região ficara menor e mais fácil de identificar seus problemas, o Estado estará mais focado, convivendo mais com diversas situações. A divisão vem como pontos positivos para o país.

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  8. O Pará não precisa ser um Estado menor, e sim um Estado mais organizado, concordo com a idéia de que a divisão só sirva para a criação de novos cargos políticos, para que eles tenham mais um lugar onde empregarem seus parentes e afins. O governo precisa auxiliar e promover maiores benefícios para que esse Estado consiga suprir as necessidades que lhe falta.

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  9. O que dizer dos desmembramentos de estados para formação de novos estados. Como tudo na vida toda ação a uma reação positiva e negativa. O que devemos questionar é se a referida mudança é mais benéfica do que maléfica e primarmos pela melhor assertiva.

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  10. A divisão do estado do Pará, assim como a divisão do nosso estado (MT) além de questões sócio-politicas para melhor desenvolvimento social e economico, tem interesse de particulares infiltrados no política do Estado. É claro que em um territorio de menor extensão, o governo tem atuação maior, mas bem disse, que estados pequenos em nosso país em nada se diferenciam dos maiores. O Pará é um estado pobre em desenvolimento, a divisão não é a solução! Quem conhece seu territorio sabe, estradas precárias, de dificil acesso, falta de infra-estrutura, grandes propiedades de terras particulares e população pobre! As pessoas conhecem Bélém, que pode até dar uma boa impressão, mas o "interiorzão do Pará"?? Basta conhecer a divisa MT c/ PA, que vamos relatar essa realidade!

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  11. Quero parabenizar os discursos de opniões de cada um. Nasci em Sao Paulo e vim pra região de Carajás ainda bebê de 1 ano, o clima tropical foi a salvação da minha vida, pois cheguei a ficar 6 meses internado em hospitais em Sao Paulo lutando pela vida, pois logo q nasci adquiri sérios problemas respiratórios. O clima tropical daqui é muito bom!
    Temos que investir mais em reflorestamento, algo interessante q ocorre próximo de Belém. Precisamos estar mais próximos do poder público e ter acesso a serviços públicos básicos como Saude (melhores hospitais) hoje quase não existe hospitais públicos, Educação (faculdades públicas) quase q zero no interior. Segurança pública (quase num existe tambem).
    Nao temos nem o direito básico de ir e vir. Aquelas pessoas que moram no interiorzao e tem parentes em Belém sofrem um dia de viagem pra chegar à Belem 800km de muitos buracos. Principalmente a PA 150, a transamazonica. As estradas do Xingu. Sao Felix, Altamira nem se fala. Eldorado à Conceição do Araguaia.
    O povo dessa região clama por independencia, clama por liberdade! E agora com o plebiscito vem uma grande esperança de tudo mudar. Nos dê esse direito à liberdade, por favor votem 77 Sim ao Tapajós e 77 sim ao Carajás. Nossos filhos e seus filhos e netos irão agradecer muito mais.
    Obrigado!

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